sábado, 6 de março de 2010

Seguida ao post sobre os antepassados/comentários


Rapidinho um complemento: Hà alguns dias lí em um jornal grande e sobre regional uma narracao de vida. Eu ajunto curto da minha memória e limíto-me naquilo, que cabe na minha pesquisa sobre antepassados.

Nos anos 1980 – ainda no regíme dos comunistas - existia na Polónia uma cena grande de Skinheads, quais (também por causa de ódio contra a pressao de regime) perseguiam tudo o que nao era polonês, como p.ex. os judeus – e isto de um modo muito pérfido. O estado da Polónia tolerava, pois essas accoes eram um ventil, qual tomava de dentro a pressao do despotismo dominante. Raro chegavam notícias sobre isto ao oeste, e se, entao nao nas páginas de títulos dos jornais. Um destes pancadeiros era Marek, ca. 20 anos de idade, que se vangloriando com suas accoes horrorosas. Ele se casou ainda jovem com uma mulher-Skin. Os dois passaram as noites com companheiros terrorisando Varsóvia ou outras cidades da Polónia.

Mas aí um dia, de repente, a jovem skin – ela mesma nao entendia o porque – se interessava por seus antepassados, quais ninguem conhecia ou queria conhecer. E em uma bibliotéca ela achou o que procurou e descobriu: seus avós eram judeus. Ela seguiu com as pesquisas: também os avós de seu esposo Marek eram judeus. Para os dois, quais estavam cheios de ódio para o mundo inteiro, desmoronou-se o mundo inteiro deles. Eles brigaram com os pais, se isolaram, tinham vergonha perante amigos por causa – como eles pensavam-: de uma coisa, que nao era culpa deles. Marek disse: “Como é que vou agora levantar meu braco para uma saudacao de Hitler, sem mentirar perante meu amigos?” E mais tarde: “Como poderia eu levantar o braco para a saudacao de Hitler e também levantar e por o punho contra outros, pois eu, nos olhos deles cheios de medo, reconhecendo-me mesmo?” – E Marek comecou – ele era condutor de caminhao – a ler em sedgredo sobre aqueles, quais eram o seu povo. Sempre mais ao fundo ele entrou e leu os escritos antigos. E mais e mais ele desesperava. O seu centro íntimo estava rasgado. Sua destruída imagem de mundo nao conseguia ser substituída por uma nova, de facto era mais o contrário. Era assim, como se o “EU” partiu e sobrando fica o vazío, um vácuo. Portas se fecham atrás de um, e novas nao se abrem. Marek pressentiu muito bem, que nunca poderia voltar ao seu mundo passado. Mas um mundo novo ele também nao reconheceu. Marek queria pegar ele, mas este mundo novo se evitava. No seu desespero o homen procurou um Rabbi, contou-lhe sua história e perguntou: “O que é comigo? O que acontece comigo?” – A resposta do Rabbi: “As almas adormecidas de seus antepassados estao te chamando!”
Porém, esta frase do Rabbi mudou a vida de Marek – ele “vive” novamente, sua esposa também, eles tem filhos. Eles declaram-se partidáriamente e defendem aberto e bem severos suas identidades judéias, com Orthodoxes na Diaspora. Na Polónia existe hoje um “clima” totalmente diferente. Nada de perseguicao, nada de campanha difamatória. A uniao judéia vive livre e sem carga no presente.

Um comentário:

  1. Renate,
    Muito bom texto e um alerta para muitos que ainda alimentam certas ideologias semelhantes aquelas que motivaram a desgraça de um Estado e de povos.Somos poeira do cosmos, feitos da mesma matéria, irmãos e companheiro dessa nave azul e só que navega no espaço.Quem conhece um pouco de astronomia, lembrando o velho judeu que construiu o Observatório de Cambuquira, sabe muito bem o que estou falando.

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