terça-feira, 2 de março de 2010

As almas dos antepassados estao chamando:)



Porque é que acho tão interessante a pesquisa sobre antepassados?

Eu contei (e-mails) que me preocupo com a pesquisa de antepassados. Tentando com muita intensidade a sondar nestes dias a própia história.

Perguntaram aí: “Porque é que eu me preocupo com isto? Com tudo que era antes de mim, que é passado e que verdadeiramente não tem nada a ver com o que nós fazemos agora diariamente. Uma coisa assim não seria assunto no Brasil – e nos olhos dela – pois acho um encher o tempo. Pessoas fazem isto na Europa, que não sabem o que fazer com o tempo livre.”

Sim, tão errado isto não é não. É assim verdadeiramente, que muito mais do que 50% daquelas/es, que pesquisam nas histórias de famílias de séculos passados, são de idades mais velhas. Isto porque elas/es – como o bem notado – tem muito tempo à disposição. Mas também porque na vida longa delas/es aprenderam a ver que um futuro sem passado é dificilmente impossível. Nós todos sabemos hoje, que carregamos conosco gerações já quase inumeráveis. E nós, acrescentando-lhas, transmitindo-las a nossos filhos. Se nós não fazermos isto, seriam as vidas destas correntes de antepassados definitivamente apagados. Eles teriam - seguindo às leis da evolução – vivido inutilmente.

E por causa disto entendo agora muito bem a réplica – quase não é possível de chegar a saber muito sobre as sabedorias de vida das gerações já desde os bisavós. Quase não existem notas ou apontamentos nos pormenores desde o século 17 daí para trás. E são muito raras as notas dos 18 e 19 séculos. Meu marido conseguiu no trabalho sobre a família dele a chegar muito para trás. (Até ao século 13) Nas pesquisas dele entretanto é bem divertido, já com valor interessante, quando ele por exemplo chega ao capitão, qual assumiu nos anos 1636 o seu primeiro navio. Com diversos naufrágios, podendo se salvar, de novo alistar-se etc. etc. e depois - na velhice – sem agüentar a vida fora do mar descobrindo assim o rum para si. Ou um Claus D., (este nome carrega ainda hoje o primeiro nascente descendente direto) era obrigado a trabalhar para um fazendeiro sem receber salário no século 15. Era também proibido se casar. Ele roubou numa noite sua namorada e desapareceu, fugiu com ela e seu cachorro nas florestas sempre perseguido, mas conseguiu de achar seu lugar tão longe, que ele pode se unir novamente com uma aldeia, estabeleceu-se e fundou assim uma dinastia nova dos D. As famílias se visitam ainda hoje. – Não todos, pois contam entretanto ca. os 1000s – bem direitinho e em ordem recolhidos em uma crônica. Acho isto bem interessante. Também porque -contando tudo em conjunto às histórias contemporâneas. Gosto de escutar quando ele conta o que, como e onde aconteceu, em relações às pessoas e como tudo já nos séculos passados estava bem e “modernamente” organizado. E gosto de me inclinar sobre os ombros dele, quando ele escreve sobre a aldeia no tempo do meio século, nesta aldeia seu pai foi nascido, sobre os parentes, quais pois já deveriam viver lá durante ca. 800 anos e na maioria também ficando lá. As saídas destas aldeias aconteciam somente por causa de catástrofes grandes, as guerras do mundo e as perseguições. E quem sobreviveu, voltou de novo para a aldeia dele, como se fosse puxado por um magnete. Quase não dá para entender, como o povo naquela época se entregou estoicamente, sem lamentar, ao seu destino. Hoje parece-nos como se aquele mundo de aldeia dos nossos antepassados se perdeu. E se eles naquela época teriam escrito as lembranças deles, eles deveriam ter escrito muito mais direto sobre o silêncio das aldeias. Assim só fica-nos a fantasia ligada às sabedorias dos investigadores. Isto substitui só imperfeitamente experiências imediatas mas nós dando um perfil de uma época, na qual os nossos antepassados já arrumaram uma base para nós viventes de hoje. A gente fica alegre e feliz sobre este pequeno triunfo de sabedoria, ficção e forca de imaginações sobre aquela realidade para nós - sempre ficando desconhecida. Investigação de antepassados então não é somente uma coisa para se divertir ou um modo de matar o tempo chato ou maçador, pois também uma coisa para aprender e reconhecer. A gente viaja pelo tempo e acha histórias. Assim elas chegam de volta a luz da presença. Isto é que me fascina. E porque eu sou descendente de duas famílias, que cheias de tradições e ligadas à terra (regionalistas) – deveria não ser tão difícil. Eles viviam outrora na floresta, muito mais perto da civilização do que as do meu marido,  foram também mais cedo cristianizados, já viviam como burgueses livres em cidades e aldeias. Os antepassados do meu marido entretanto correndo ainda e perseguindo os javalis nos caminhos barrosos das aldeias.

Na época nova meus antepassados já pertenciam à sociedade, qual já importante para a formação de nova coletividade. Já de uma posição mais alta servindo à dinastia, e chegando assim ao louvor, reconhecimento e elogio. Sobre o internet a gente consegue de qualquer maneira e em qualquer dia de receber todas as datas. – Até os emigrantes dos séculos 18 e 19 para o Brasil estão escritos nas listas e publicamente acessíveis.

Mas gosto só, se as biografias dos nossos antepassados são sem defeitos e a gente não tem de olhar em abismos. Aí começa meu problema e aí também já acaba meu interesse. O olhar para trás é também um motivo para refletir sobre o desfazer-se e encontrar-se com a presença, o passado e suas lembranças E refletir também sobre qual maneira os destinos dos avós e pais por exemplo são sem separações ligados ao próprio destino. Eu procuro, ouço e assim achando. Mas verdadeiramente estou apenas observando e eu assusto-me mais e mais. E eu sei: que tinha na infelicidade tanta felicidade. Muitas vezes eu não entendo isto. E dói-me quando penso naquelas/es da família, que não tiveram sorte. Existem os males e os bons por acaso, a vida é um labirinto. E porque eu não quero definitivamente me decorrer nele, tenho de me decidir. Ficando agora bem ocupada – sempre pensando na frase de Herta Müller, a premiada do Preço Nobel para literatura 2009: “ A vida tem sempre um espelho para trás – e aí dentro nós vemos nossos pais, a vida deles e das gerações de antes. Nós temos sempre de olhar para aí dentro, não conseguimos fugir ou escapar.” – Mas é carga demais, aí prefiro  seguir ao Bob Dylan: que disse uma vez: “Dont look back” – querendo dizer com isto, que a gente deveria enfrentar a presença e o futuro e não lamentar o passado – lamentar não adianta nada! Assim vai dever acontecer, que eu pois ainda gostarei de olhar bem para trás – mas sem andar até ao hoje. E assim vai ser minha “história”: sem início e sem fim. Tudo se vira ao redor, tudo volta qualquer dia novamente. Verdadeiramente minha não é história. É somente um fragmento!

2 comentários:

  1. Para mim, as pesquisas me dão a chance ainda remota para o ser humano de fazer uma viagem no túnel do tempo. Com elas, também acaba por entender mais o que sou e o porque as pessoas são aquilo que são. Pois, não somos o que queremos mas o que os "gens" nos impõem no DNA.

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  2. 100% certo. Me lembro de uma história, qual rescentemente lí. Sobre um acontecimento verdadeiro. - Mostra aí,quao forte a nossa memória genética determina nossa existencia corrente....

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